Venda de imóveis cresce 23% em Manaus mesmo com encalhe. Pesquisa da Ademi mostra que setor movimentou R$ 92,1 milhões em janeiro.

Venda de imóveis cresce 23% em Manaus mesmo com encalhe. Pesquisa da Ademi mostra que setor movimentou R$ 92,1 milhões em janeiro.

quinta-feira 25 de fevereiro de 2016 – 7:23 AM

Lílian Portela – DIÁRIO do Amazonas / portal@d24am.com

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Em janeiro,  das 3,8 mil unidades residenciais postas à venda, 242 foram comercializadas e 65 devolvidas.Foto: Danilo Mello/13/12/10

Manaus – Apesar do encalhe dos imóveis em Manaus crescer 14,6% entre janeiro e dezembro e o preço médio do metro quadrado (m²) subir 15,6%, o setor aumentou em 23% as vendas e movimentou R$ 92,1 milhões no mês passado. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, pela  Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi).

O levantamento aponta que o número de imóveis colocados à venda subiu de 3,2 mil para 3,7 mil entre dezembro e janeiro e o valor do metro quadrado saiu de R$ 4,4 mil para R$ 5,1 mil. Mesmo com o aumento apontado pela pesquisa, o presidente da entidade, Romero Reis, avalia que o momento favorece o comprador. “Sob a ótica do consumidor, nunca foi tão bom comprar imóvel. O estoque está baixo, a oferta está grande”, disse, ao apontar que Manaus oferece preços abaixo das grandes cidades.  “Esse valor do metro quadrado está abaixo da média divulgada pelo Índice Fipe-Zap, que avalia os preços em 20 cidades brasileiras, onde a média nacional situa-se em R$ 5,8 mil”, ressaltou.

Romero admitiu, ainda, que  os custos vão aumentar pelos encargos financeiros. “As taxas dos financiamentos bancários acompanharam a inflação de dois dígitos”, disse.
Das 3.880 unidades residenciais disponibilizadas em janeiro, 242 foram comercializadas e 65 devolvidas. Em dezembro de 2015, eram 3.458 unidades residenciais disponibilizadas, sendo que 232 foram comercializadas e 37 devolvidas, o chamado distrato .

“A média do distrato aqui, comparada com a do Brasil, é baixa. No Amazonas chegou a 27% em janeiro, a nacional é de 41%”, disse, ressaltando que a relação dos distratos não é tão simples, porque exigem os custos e isso não tem como devolver. “Isso porque ocorreram despesas administrativas, de corretagem, publicidade durante o processo de lançamento e entrega do empreendimento”, disse.

Com os resultados, o índice de Venda Sobre a Oferta (VSO) foi de 6,2%, um pouco menor do que no mês anterior que foi de 6,7%. Ou seja, de todas as unidades ofertadas, 6,2% foram vendidas. O VSO é semelhante ao Índice de Velocidade de Vendas (IVV), divulgado até o passado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon/AM). Esse indicador afere as vendas trimestrais.

Pequena área é a preferência do mercado

O imóvel residencial de maior preferência  foi o de 51 m² a 75 m², quando foram disponibilizadas 817 unidades e vendidas 93. Já o imóvel de três quartos teve o maior VSO (9,0%) com 107 unidades vendidas, tendo 1.120 unidades disponíveis. E o de dois quartos possuiu a maior oferta de unidades (1.143), com um VSO de 8,5%, e com um total de 104 unidade vendidas.

Das unidades vendidas, a maioria (105) tinha valor do metro quadrado de R$ 3.001 a R$ 4.000. O consumidor  também preferiu  imóveis prontos, totalizando 142 unidades negociadas, com índice de 58,6% das vendas.

Os imóveis mais comercializados,  estavam na faixa entre R$ 250 mil e R$ 400 mil. Em segundo lugar foram os de R$ 400 mil a R$ 600 mil, seguido pela faixa de R$ 150 mil a R$ 250 mil.

“O mercado imobiliário não está tão ruim como dizem. Se continuar nesse ritmo e sem novos lançamentos, os estoque vão ser consumidos em dois anos”, disse o diretor da comissão imobiliária da Ademi e do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon),  Marco Bolognese.

O bairro Terra Nova, zona norte apresentou o menor preço R$ 3,2 mil (m²)  o Adrianópolis, zona centro-sul, R$ 8,3 mil.